A flora da nossa máquina. 







 










                                 Fiz-me ao mar para aplacar a tua tempestade.












Com o declínio do discurso religioso, tanto a medicina como a física passam a ser as bases de suporte para uma nova normatividade, menos intuitiva, da conduta de comportamento. Aquilo que sonhamos, até o que não desejamos cresce e arde nos átomos que compõem o futuro. O amor e o principio da incerteza.








Assinado o tratado da insubordinação, alimentamos as brasas que a cinza da história tinha depositado sobre a revolução.
Alimentamos as brasas, alimentamos as brasas, alimentamos as brasa.
Amanheci no Hospital Distrital. As brasas arrefecidas...por uma embalagem de ervilhas ultracongeladas Pingo Doce.






















                                            Amanhã triplico o meu caminho
                                                        Amanhã triplico o meu caminho
                                                        Amanhã triplico o meu caminho






                                   

                                        In noreni per ipe
                                        In noreni cora
                                        Tira mine per ito
                                        Ne domina

                       https://www.youtube.com/watch?v=WYeDsa4Tw0c                       









                                           
                                                    Não inventa formas. Redesenha as existentes.








A persistência na criatividade, a procura de novos modelos de caminhos já trilhados e as alternativas que se alternam entre si num movimento infindável...





















                                                        Eu penso em noz.











                                    Repousar cobertos num ninho de lã sentimental.











                                                Juntos somos uma mulher.










                                 Vou dar-te um nome nómada: moça dos cachorros.









"- Estás bem?"
"- Parece uma espécie de aperto."
"- O que se passou?"
"- Oh, nada..."
Abraço.
"- É cansaço...Não tenho folga há tanto tempo. Nem estamos juntos."
"- Amanhã passamos toda a tarde a ver o mar!"
"- E as pessoas...são más! Satura-me...a globalização capitalista, excludente e desenvolvida através de processos de dominação hegemónica das nações economicamente mais desenvolvidas que divide globalizadores e globalizados, os que morrem à fome e os que morrem pelo consumo excessivo de alimento. A miséria, a exclusão, o desemprego, o comércio justo, a crise climática e ambiental, as guerras e as armas, as crises sistémicas das finanças e da confiança, operações Aquiles, papéis Panamá, a fome, o direito internacional e a reforma das instituições internacionais, os terrorismo, insegurança, Bataclan Paris e Bruxelas, desgovernação, as migrações, os confrontos cultu..."
Neste momento deslizei, invisível, para fora da cama e arrastei-me até um copo de água enquanto todas as desventuras da cidadania planetária me latejavam nas têmporas. 
Foi então que, quando regressei ao quarto ela mantinha o discurso num tom ávido, monocromático, dramático, intenso, levitando uns centímetros acima da cama enquanto várias "criaturas" a rodeavam proferindo palavras de incitação àquele manifesto de monomania. Depressa as reconheci de um episódio da série de Era uma vez o Corpo Humano quando lhes li, nas camisolas que vestiam, as siglas FSH e LH!!!
 
 
 
 
 
 
 
 



Convenci-me de que não chegaria a encontrar a imagem da pessoa que eu era. Contudo, senti que o momento da minha primeira investidura foi aquele em que comecei a representar-me. Num momento revejo-me na imagem de um chimpanzé de ouvido absoluto que policía a saída de compasso de concorrentes num talk show de baionetes; para no outro encabeçar um balouçar de braços numa romaria ao ritmo de Zés Pereiras ou uma psicótica histérica psicanalista. Adriano! Estamos inacabados. Loucos e desconcertantes. Spielren! A certidão que nos permite tudo conhecer sobre a sede, o riso, o sexo, as lágrimas, os murros, o fluxo de imagens, poesia, felicidade e êxtase. "Dona Albertina não vá fazer já o seu xixizinho!".








Esperei ansioso até chegares. Nenhuma viagem é inútil. Bem-vinda à praça dos descalços, ancoradouro dourado de guerras do avesso.










Estamos fartos,
fartos da pouca liberdade,
do pouco tempo, 
que nos roubam todos.
A nossa forma é o poema tal como a da Sophia que contemplava connosco, com a solidez de uma estátua (que é!), a vista sobre a cidade que o miradouro a quem deu nome propicia.
Desenham-se diante de nós os contornos da cidade como uma única entidade colectiva constituída por diversos organismos vivos. Aproxima-se o final da tarde, o ponto alto da sua actividade que se reproduz num "bass" monótono e contínuo - os murmúrios da cidade.
De mãos entrelaçadas viramos-nos para contemplar a imponente sombra do século XVIII à nossa retaguarda, a Igreja da...Ui!!! que bruto cagalhão!










Que as palavras tenham o fluxo
de um leme na tua boca
Homem de barba,
que ao cachimbo soltas um eco marginal
sopras o veneno dos meus fantasmas 
de lugar nenhum,
da memória que não é só nossa,
é do mar.
Cheiras o sal do meu tronco
virgem como um peixe.
O meu impulso é a tua religião,
olhos nos olhos 
mergulhas comigo.





 



                                      Diz sim à inclusão! Come choco frito com limão.









No princípio estavam as imagens. Olvidado o início disse-se arrogantemente que no "princípio era o verbo". Comandos e mandamentos surgem por essa voz imperativa. Esse não é o princípio das coisas, mas o fim da inocência.







Costuma dizer-se que não se deve falar sem pensar. Mas e falar quando se pensa de mais? Dever-se-á?
Quando é dela que falamos falar deixa de ser verbo para ser adjectivo, de modo! E o silêncio uma ilusão.
E lá surgem prestimosas retóricas e linguísticas, ou lógicas e metafísicas que nos colocam em situações de pleno malabarismo.
Aqui há atrasado, a ideia de um jantar de batom e suspensórios acolhido pelas muralhas de Évora foi gladiado por uma dessas verborreias, que resultou num nós em noz: um jantar encomendado confinado ao divan do quarto de hotel.
Uma imagem vale mil palavras.
Quantas imagens valerão aquela catadupa delas? Para mim apenas uma, o grande M amarelo enquanto ouvia entoarem as palavras:
2 hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, pickles num pão com sésamo.









Com cerca de 1,60 metros de comprimento e 80 centímetros de altura, o símio humanóide pesa, em média, umas dezenas de quilos.
Há quem diga que identifica os demais da sua espécie em plena escuridão apenas através do odor.
De hábitos pouco discretos, é um animal encorpado de patas curtas e cauda comprida, que não deixa entalar em lado nenhum!










Homem de espírito criativo e inovador, em época natalícia congratulei-a com a minha mais recente e inédita invenção: uma nova velocidade de rotação para o prato do leitor de LP's, além das já conhecidas 16, 33 e 1/3, 45 e 78 RPM. A este gesto obtive, para meu espanto, uma pancada seca e inusitada na nuca. Qual rochedo sem acuidade auditiva e insensível à sumptuosidade de uma bossa nova que se deixou tocar pela gravidade do soul.
Quer-me parecer que a agulha dela por vezes fica fora de ritmo.









                                                           " -Tens vaselina?"










                                                                    " - O amor dá-me feijão."










1. Dobre o papel horizontalmente e verticalmente, e então desdobre.
2. Dobre dois triângulos na parte de cima com as pontas tocando no meio. 
3. Dobre o papel com os triângulos horizontalmente.
4. Dobre mais dois triângulos na parte de cima.
5. Dobre o avião na metade.
6. Dobre as duas metades para fazer as asas.
7. É assim que deverá ficar quando estiver pronto.










Nevoeiro cerrado numa noite de romance com apontamentos de conto. Despido de todo o preceito e roupa que usava, saltou para o banco de trás apelando ao acto coital. Eis que, ela perdida, de faróis acesos ao volante travou bruscamente. O acto foi interrompido pela a entrada em cena de um veado que indicaria, quiçá, o caminho para o conto de fadas.









Após um parto difícil lancei pela janela "aquilo" que seria o meu filho. Redondo e cor-de-laranja, nasceu-me um disco voador. Chocado com o desapego, o pai acorreu à varanda gritando o seu nome, que me lembro ecoar por toda a cidade:
«-Tá Tá Tá»